“O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”. (Martin Luther King)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mulheres CUTistas iniciam curso de formação de gênero

No painel da sala Mata Atlântica da Escola Sul em Florianópolis imagens de Rosa Luxemburgo, Joana D’arc, Olga Benário, Maria da Penha, Margarida Alves e diversas outras mulheres que ao longo da história construíram uma trajetória de luta por uma sociedade igualitária e com justiça social.
Sentadas nas cadeiras distribuídas em círculo na sala, 30 mulheres trabalhadoras do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dirigentes sindicais, que diariamente lutam por equidade de gênero, respeito e igualdade entre homens e mulheres.
Assim começou o primeiro módulo do Curso de Formação de Formadoras em Gênero de Mulheres, conduzido por Vera Gasparetto, educadora da Escola Sul e mestranda em Sociologia Política. De acordo com Vera, o primeiro dia do Curso foi para apresentação do projeto e conhecimento da história de vida de cada uma. “É necessário conhecer a história das participantes e suas expectativas para que juntas possamos construir um curso coletivo, que atenda os anseios das mulheres do movimento sindical”, ressaltou Vera.

Na primeira noite do curso, aconteceu uma Conferência com o tema “A participação política na atualidade: prioridades e lutas da agenda do movimento de mulheres feministas”, com palestra da Professora Doutora, Teresa Kleba Lisboa, Sub-coordenadora do Doutorado interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC.


Teresa apresentou a trajetória de lutas das mulheres, mostrou a presença de várias lutadoras ao longo da história que ajudaram na construção de uma sociedade mais igualitária. A professora também falou sobre o feminismo. “Quando alguns explicam o que é ser feminista, uns dizem que são as mulheres contra os homens, mas isto está errado. Ser feminista é se indignar com as diferenças salariais, se indignar com a opressão, com preconceitos”, de acordo com Teresa o feminismo é um movimento sócio-cultural que luta por igualdades.
A professora doutora conduziu a palestra de uma forma diferente em que todas as mulheres puderam falar, contar seu relato de vida, suas dificuldades no ambiente de trabalho, os preconceitos que enfrentam no dia-a-dia. “Parabenizo à CUT por essa belíssima iniciativa, saio daqui animada em ver que temos muitas mulheres de luta dentro dos Sindicatos, que cobram respeito e lutam pelos direitos de todas”, ressaltou Teresa que na sua avaliação os Sindicatos por serem espaços de poder, ainda concentram muito machismo e predominância de homens nos principais cargos.

O curso é feito em três etapas: a primeira vai até sexta, dia 15 de agosto e tem como tema “Gênero-mulheres e a luta política: corpo e poder, mundo do trabalho, políticas públicas, organização das mulheres, paridade e transversalidade, a luta de classes e as mulheres”; o segundo módulo, acontece entre os dias 7 a 9 de outubro, com a abordagem focada “A formação para as mulheres: concepções da luta das mulheres e de educação, metodologias e conteúdos, organização do trabalho de base, ativismo e o papel da mulher na política, comunicação” e o terceiro e último módulo entre os dias 25 a 27 de fevereiro, fechando com o tema “Estratégias para o trabalho de base: planejamento, execução e avaliação, negociação, atuação e trabalho em rede, acompanhamento, continuidade da ação”.

Cada estado da Regional Sul está representada com 10 mulheres, em Santa Catarina o critério foi beneficiar os diferentes ramos, para que o debate de gênero possa ser construído dentro de várias categorias.

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