No painel da sala Mata Atlântica da Escola Sul em Florianópolis imagens de Rosa Luxemburgo, Joana D’arc, Olga Benário, Maria da Penha, Margarida Alves e diversas outras mulheres que ao longo da história construíram uma trajetória de luta por uma sociedade igualitária e com justiça social.
Sentadas nas cadeiras distribuídas em círculo na sala, 30 mulheres trabalhadoras do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dirigentes sindicais, que diariamente lutam por equidade de gênero, respeito e igualdade entre homens e mulheres.
Assim começou o primeiro módulo do Curso de Formação de Formadoras em Gênero de Mulheres, conduzido por Vera Gasparetto, educadora da Escola Sul e mestranda em Sociologia Política. De acordo com Vera, o primeiro dia do Curso foi para apresentação do projeto e conhecimento da história de vida de cada uma. “É necessário conhecer a história das participantes e suas expectativas para que juntas possamos construir um curso coletivo, que atenda os anseios das mulheres do movimento sindical”, ressaltou Vera.
Na primeira noite do curso, aconteceu uma Conferência com o tema “A participação política na atualidade: prioridades e lutas da agenda do movimento de mulheres feministas”, com palestra da Professora Doutora, Teresa Kleba Lisboa, Sub-coordenadora do Doutorado interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC.
Teresa apresentou a trajetória de lutas das mulheres, mostrou a presença de várias lutadoras ao longo da história que ajudaram na construção de uma sociedade mais igualitária. A professora também falou sobre o feminismo. “Quando alguns explicam o que é ser feminista, uns dizem que são as mulheres contra os homens, mas isto está errado. Ser feminista é se indignar com as diferenças salariais, se indignar com a opressão, com preconceitos”, de acordo com Teresa o feminismo é um movimento sócio-cultural que luta por igualdades.
A professora doutora conduziu a palestra de uma forma diferente em que todas as mulheres puderam falar, contar seu relato de vida, suas dificuldades no ambiente de trabalho, os preconceitos que enfrentam no dia-a-dia. “Parabenizo à CUT por essa belíssima iniciativa, saio daqui animada em ver que temos muitas mulheres de luta dentro dos Sindicatos, que cobram respeito e lutam pelos direitos de todas”, ressaltou Teresa que na sua avaliação os Sindicatos por serem espaços de poder, ainda concentram muito machismo e predominância de homens nos principais cargos.
O curso é feito em três etapas: a primeira vai até sexta, dia 15 de agosto e tem como tema “Gênero-mulheres e a luta política: corpo e poder, mundo do trabalho, políticas públicas, organização das mulheres, paridade e transversalidade, a luta de classes e as mulheres”; o segundo módulo, acontece entre os dias 7 a 9 de outubro, com a abordagem focada “A formação para as mulheres: concepções da luta das mulheres e de educação, metodologias e conteúdos, organização do trabalho de base, ativismo e o papel da mulher na política, comunicação” e o terceiro e último módulo entre os dias 25 a 27 de fevereiro, fechando com o tema “Estratégias para o trabalho de base: planejamento, execução e avaliação, negociação, atuação e trabalho em rede, acompanhamento, continuidade da ação”.
Cada estado da Regional Sul está representada com 10 mulheres, em Santa Catarina o critério foi beneficiar os diferentes ramos, para que o debate de gênero possa ser construído dentro de várias categorias.
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