“O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”. (Martin Luther King)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

OS DISCURSOS ELEITOREIROS DE BAUER E COLOMBO AO DIÁRIO CATARINENSE SOBRE A EDUCAÇÃO

SINTE/SC

Bauer: “Eu não desejo fazer, eu vou fazer. Não é uma intenção, é uma realidade”.
Com estas palavras o candidato a Governador Paulo Bauer, o mesmo que quando Secretário da Educação concordou com seu então governador Luiz Henrique entrasse com uma Ação de inconstitucionalidade contra a aplicação do Piso Nacional Profissional do Magistério, com a clara intenção de não cumprir a lei. Este processo se arrastou de 2008 a 2011 quando o Supremo considerou a legalidade da lei que deveria ter sido aplicada em 2009 e isto não ocorreu por força da ação impetrada por Bauer e Luiz Henrique.

Afirma que apenas dois mil professores ganhavam salários abaixo do Piso e por isso foi necessário que o mesmo fosse implantado, e ainda justificou a política de abonos aplicada durante sua gestão como secretário da educação afirmando serem os mesmos necessários para compensar aqueles que recebiam um valor menor que o piso.

Em nossa opinião a fala de Paulo Bauer não passa de fanfarronice eleitoral, pois ou ele sofre de amnésia ou não lembra que os abonos batizados de Prêmio Educar para os/as ativos/as e Jubilar para os/as aposentados/as eram dados a toda a categoria. Foi uma estratégia pensada para fugir dos reajustes anuais pelo INPC com foco na não realização de concurso público de ingresso, o que levou o estado de Santa Catarina a ter a maioria dos/as professores de seu quadro contratados em caráter temporário.

Foi o inicio da política das aulas excedentes, em que o governo ofereceu a possibilidade de ganhos financeiros e ao começarem a assumir mais e mais aulas chegando a ministrar 40 horas semanais como forma de compensar a falta de reajustes, os/as professores/as os/as professores/as acabaram perdendo sua hora atividade que era de 30% das horas aula dadas. Este foi o inicio do desmantelamento da carreira do magistério.
Colombo: “Achatou a tabela. Isso é injusto, mas não tinha outro jeito”.


Colombo justifica o achatamento da tabela ao percentual de reajuste estabelecido para o piso. Esquece ele que se o governo de sua coalizão tivesse pagado o piso quando este foi aprovado, o problema não teria acontecido e com um agravante maior, pois perdemos os reajustes dos anos 2008/2009 e 2010. Vem empurrando com a barriga a discussão do plano de carreira, pois nas sucessivas mesas de negociação com o SINTE/SC não foi apresentado nenhuma proposta consistente que o sindicato possa levar em consideração e vem punindo severamente os/as trabalhadores que exercem seu direito constitucional de se reunirem em atos ou assembleias.

Para nós a fala dos candidatos Bauer e Colombo em suas entrevistas ao DC beira ao ridículo. Lembrando que o primeiro foi um dos secretários da educação que mais penalizou o magistério catarinense e o segundo da mesma coligação continuou com a política de Luiz Henrique e não deixou por menos, jogou a pá de cal definitiva no plano de carreira no momento em que achatou a tabela salarial, não reconhece que o piso deve ser pago na carreira e entende a hora atividade como hora relógio.

Ambos com discurso superficial e sem compromisso, buscam justificar suas ações com falas de campanha eleitoral, aliás, que estamos cansados de ouvir. O que queremos é o compromisso real de todos/as os/as candidatos para com a educação, colocando-a em primeiro plano nas suas plataformas de governo. Gasto com a educação não é despesa e sim investimento no capital humano de nosso estado.

Retórica de candidato não vai resolver o problema, é preciso vontade política para fazer com que a educação catarinense alcance o patamar de excelência que seu povo merece.

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