O negociador do Governo,
Décio Vargas, informou ao SINTE na ocasião de mais uma mesa de negociações, na
tarde de hoje, que o Secretário Eduardo Deschamps decidiu descontar as faltas
dos professores em três parcelas: maio, junho e julho, e que o ressarcimento
virá somente após a reposição das aulas, estas que só poderão ser definidas
depois da reunião entre Estado e as Gereds Regionais no próximo dia 17. Para o
SINTE a decisão tem caráter punitivo.
O Sindicato reafirmou que a
categoria não vai aceitar descontos, com essa medida, a categoria poderá optar
por não repor as aulas. Os sindicalistas disseram ainda que, a categoria está
cumprindo a sua parte, parou o movimento para a reabertura de negociações, o
Governo, no entanto, não cumpre o que prometeu e toma decisões unilaterais.
“Além do Governo não pagar
o piso, que é Lei e direito dos trabalhadores da educação, de não cumprir o
acordo de greve assinado em 2011, ainda quer punir os grevistas. Se houver
descontos, poderá não haver reposição e vai faltar aula no calendário escolar. Os
alunos têm direito as aulas e essa é uma responsabilidade do Estado. Isso não é
negociação é imposição”, ressaltou o sindicato.
O negociador foi ainda
questionado a respeito do vazamento dessa informação para os diretores das
escolas, que estão ameaçando a categoria, afirmando que serão descontados,
enquanto que a mesa, que deveria debater esse tipo de assunto para chegar a uma
solução, nem mesmo foi informada.
Diante da reação dos
representantes do SINTE, Décio afirmou que hoje a posição do Governo é esta, e
se comprometeu a negociar pessoalmente com o Secretário, trazendo uma
contraproposta até quarta-feira, dia 16, às 14 horas, data da próxima reunião.
Com relação à tabela do
plano de carreira e os reajustes entre níveis e referências não houve nenhum acordo,
isso porque, o Governo mantém a mesma linha de posicionamento, ou seja, os
mesmos valores, sem nenhum acréscimo de recursos, e concentrando aumento para
quem tem graduação e pós-graduação. O Sindicato afirma que não aceita essa
proposta, e que mantém a tabela criada e aprovada pela categoria na assembleia
de Lages em maio do ano passado, com a carreira descompactada. E destaca ainda,
que pela Lei do Piso, o reajuste de 22,22% já deveria estar sendo pago desde
janeiro, e que o Governo deve então, elaborar suas propostas em cima dessa
tabela.
Outro empecilho colocado pelo
Governo foi na questão da liberação dos delegados para a participação na 3ª
Conferência Estadual de Educação do SINTE, só poderão participar do evento, que
tem caráter de capacitação profissional e de discussão sobre os rumos da
educação no Estado, aqueles que não possuem faltas justificadas a partir de
fevereiro, ou seja, outra vez os grevistas serão atingidos. Mais uma vez o
sindicato não aceitou tal proposição, e exigiu que o tem.a fosse reavaliado
pelo Governo. Um ofício foi encaminhado no final da tarde a secretaria de
educação, solicitando mudanças nos critérios de liberação dos delegados.
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